Radiofonia

Cajazeiras, pode-se afirmar com certeza, sempre foi uma cidade vocacionada para a educação/cultura, o teatro, o cinema e a radiofonia. E não é por puro telurismo que assim ousamos afirmar. Tanto é que, tivemos em nossa cidade revistas e periódicos que bem dizem do apego e da devoção que temos pelos órgãos de cultura. Senão, vejamos.

Aqui se editaram, noutros tempos, as revistas Centêlha – órgão da Arcádia Padre Rolim; A Penna – órgão humorístico do Instituto São Luiz; Flor de Liz; O Rio do Peixe, revista de orientação católica; O Rebate (Marcolino Diniz); O Sport – Orgam Sportivo, Litterario e Humoristico (na grafia da época) e que, obviamente, era  dedicado aos esportistas e aos saudosos tempos do Tabajaras e do Atlético; O Correio do Sertão, de orientação religiosa, que nos lembra as figuras insignes de Dom Luís Mousinho e do Padre Américo Sérgio Maia; não se deve e nem pode esquecer-se do humorístico o Zangão, que circulava pela época das quermesses, fazendo, quando do lançamento de suas poucas edições, a alegria dos que o liam e, até mesmo dos que eram “atingidos” pelas suas fofocas. Bons e saudosos tempos!…

Hoje, contamos com o nosso Gazeta do Alto Piranhas, mantido pelo desprendimento e abnegação do Prof. José Antônio, com o beneplácito do ilustre filho de Cajazeiras, João Claudino Fernandes. Que tenhamos o nosso jornal de pé, para nosso orgulho e deleite.

Se assim o digo e rogo é porque manter incólume e circulando um jornal impresso é coisa a se louvar, mesmo porque outros periódicos encerraram, recentemente, a sua circulação (Diário da Borborema, Jornal da Paraíba, O Momento, Contraponto) e já se fala, pelos corredores, que, dentro de mais alguns dias, outro fará encerrar a sua circulação gráfica.

Com relação ao aspecto radiofônico, pode-se dizer que o rádio sempre foi um elemento de comunicação, cultura, informação e entretenimento desde os primórdios dos anos 60. Assim é que foram criadas na mesma década, quase no mesmo ano, as atuais emissoras, Difusora Rádio Cajazeiras e sua coirmã Rádio Alto Piranhas.

Quem não se há de lembrar-se das querelas e questiúnculas que se criavam sobre qual das duas seria a “pioneira”? É bom que se esclareçam os fatos: a DRC foi a “pioneira” de fato, e a Alto Piranhas, de direito. Como assim? – perguntará o leitor. É que a Difusora “entrou no ar” primeiro, e a Alto Piranhas, mesmo começando depois, deu-se ao luxo de ser a primeira a ostentar o seu prefixo, conseguido graças às “idas e vindas” do Mons. Vicente de Freitas a Brasília, o que fez com que, somente após prefixada, “entrasse no ar”. Assim é que o título está em boas mãos, mãos das duas, quero dizer.

Hoje proliferam, em nossa cidade, várias emissoras: Difusora, Alto Piranhas, Patamuté FM, Arapuan, Mais FM, Mais Cidade FM e Barroso FM.

E o que não dizer dos inúmeros profissionais do rádio que fornecemos à Paraíba: José Rolim, o Zezinho Cajazeiras, que, junto com Paulo Roberto, o Jiquiri, –  podemos dizer assim – “deram aulas” de transmissão e assistência técnico-radiofônica na Capital do Estado.  Juntem-se a eles Yedo Ferreira, Gutemberg Cardoso, Josival Pereira, as irmãs Lena e Lúcia Guimarães, Nonato Guedes, Fabiano Gomes, Nilvan Ferreira, Walter Cartaxo, Aécio Diniz (o outrora “todo poderoso” dos Diários Associados), além dos oriundi Jota Júnior, Gilson Souto Maior, Ruy Dantas, entre outros mais.

É por isso que insinuei acima: Cajazeiras não só “ensinou a Paraíba a ler”, mas, posso acrescentar, “ajudou a Paraíba a falar”, pelo menos radiofonicamente.

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