Da religiosidade cajazeirense (III) – Padre João Andriola

O Padre João Andriola dedicou-se à sua lide sacerdotal. Estudou no tradicional Grupo Escolar Monsenhor Milanez. Antes de ir cursar o antigo Ginasial, era habitual frequentador do Oratório Festivo, do Colégio Salesiano, o que, certamente, o direcionou para o cultivo de sua vocação. Encaminhado para o Seminário Arquidiocesano da Paraíba por Dom Luís Mousinho, foi ordenado sacerdote por Dom Zacarias, em 12 de janeiro de 1964.

Sua vida pastoral iniciou-se em Santa Cruz-PB, de onde foi o 1º Vigário Paroquial; foi vigário interino de Jericó-PB; em Ibiara-PB, no Vale do Piancó, atuou durante quatro anos, tendo se envolvido, nas paróquias por onde passou, em atividades paralelas em benefício das comunidades, proporcionando a elas benefícios, com a criação de escolas e colégios, e serviços de saúde – postos, ambulatórios e maternidade, pelo que desfrutava de enorme apoio de sua comunidade religiosa.

Em 1973, com o consentimento do Bispo Diocesano que o ordenou sacerdote e a convite de Juarez Farias, então dirigente estadual do Mobral – Movimento Brasileiro de Alfabetização –, transferiu-se para João Pessoa, sendo nomeado agente daquela instituição governamental escolar de adultos, passando a residir no então novo e incipiente conjunto habitacional Altiplano, numa casa construída pelo antigo INOCOP, do Governo do Estado para a qual tinha sido contemplado. No bairro, tratou de soerguer uma igreja em terreno delimitado pela Prefeitura Municipal, destinado a esse tipo de construção.

Na Capital, em paralelo às suas atividades educacionais, não se descuidou de seus compromissos sacerdotais. Seu modo comportamental simples, assistemático e informal, o fez assimilar os costumes do povo, atraindo a simpatia dos seus fiéis que passaram a vê-lo como um benfeitor da população com que convivia.

Sua identificação, quase inconsciente, mas natural, fez de sua maneira de expressar-se num linguajar descontraído um convite à sua ascendente popularidade junto aos seus paroquianos, o que provocava críticas de alguns, mas elogios de muitos. Uma de suas atividades que se tornou motivo de controvérsias foi a instituição da chamada Missa da Cura, que era realizada no primeiro sábado de cada mês, mas que causava certo descontentamento dos dirigentes diocesanos.

Em vida, Padre João Andriola recebeu vários títulos de cidadania: cidadão santa-cruzense, cidadão ibiarense e cidadão pessoense. Ainda hoje, os que o conheceram no sítio Riacho Fundo, município de Engenheiro Ávidos (Boqueirão), o veem como o benfeitor comunitário que ele foi. Padre João Andriola deixou, por onde passou, um legado de apostolado e caridade cristãos.

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