Seu Otílio Guimarães, intelectual de verdade

Eu quando era criança, bem criança mesmo, antes de 1966, conheci um homem magro que gozava da amizade de meu avô Major Galdino, e como o Major só se relacionava a ponto de ter relações de amizade com “gente do bem”, comecei a ter conhecimento, até por fotos de família em que eles tomavam cerveja, e se via o semblante de satisfação do Major nessas fotos, comecei a prestar atenção nesse senhor. Posteriormente como aprofundamento de minhas relações com o pessoal de Dr. Sabino, vim a saber que se tratava do pai de Dr. .Sabino, Otílio Guimarães. Mais tarde, freqüentando o casarão do Comandante Vital, tive meia dúzia de diálogos com “o avô de Sabino Filho, e verifiquei as (no plural) estantes de livros de Seu Otílio. Ele, conforme soube mais tarde, sabia de todos os livros e sempre que a gente, qualquer pessoa, mesmo da família, pegava algum livro, ele pedia para devolver “a obra”, o que gerava comentários em tom de gozação sobre o quanto Seu Otílio gostava de “suas obras”.

Então bem mais tarde, quando eu virei rato de biblioteca, andei folheando alguns livros de Seu Otílio, que já tinha falecido, e notei a qualidade dessas “obras”. Em primeiro lugar as obras sobre religião, em que notei o grau de profundidade que Seu Otílio tinha sobre a igreja, e sobretudo, sobre e Igreja Católica, depois fui vendo outros livros, mas sempre à distância, pois o casarão viviam as tias de Sabino Filho, que não nos permitiam acesso a essa biblioteca. Como eu conheci com mais profundidade Sr. Sabino, tenho quase certeza que ele era o intelectual de primeira linha graças a seu pai, e tentei mais uma vez, ter conhecimento sobre seu Otílio.

Soube por exemplo que ele era filho do Cel. Guimarães e foi tesoureiro da Prefeitura durante várias gestões, incluindo a de meu bisavô Cel. Matos que apesar de adversário do grupo de Cel. Sabino, reconhecendo sua expertise e sobretudo sua incontestável honestidade, o manteve no cargo.
Era casados com Dona Odília e pai além de Dr. Sabino, de Dr. José Guimarães, Fazinha, esposa de Acácio Braga e as solteironas, que conheci como Dilinha e Nieta, que viveram no casarão até a morrerem.

Há pouco, me coube a missão, assim considero de salvar o que restou do grande acervo de Sei Otílio, e de Dr. Sabino. Apesar de até ser gozado por colegas da ACAL, e pelo menos parte desse acervo está salvo.

Nada a Mais que a minha obrigação.

P.S. Pela primeira vez dedico um texto a pessoas vivas, a Sabino Filho e suas irmãs Vânia e Lélia, com quem convivi grande parte da minha vida.

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