Seleção do Paraibano de 2021 não tem nenhum jogador do Atlético de Cajazeiras

A Seleção do Campeonato Paraibano de 2021 premia a competência dos finalistas. Sousa e Campinense emplacaram nada menos que nove jogadores entre os onze do time ideal eleito pelos profissionais da Rede Paraíba de Comunicação. Ao todo, foram 30 votos divididos entre Globo EsporteJornal da ParaíbaRádio CBN e as TVs Cabo Branco e Paraíba.

Time de melhor campanha na primeira fase, o Sousa teve cinco jogadores eleitos. O destaque ficou por conta do sistema defensivo, o menos vazado do Paraibano, que foi representado pelos zagueiros Roni Lobo e Marcelo, e pelo lateral Wesley. No meio-campo, a regularidade de Liniker e a versatilidade de Juninho também foram recompensados.

Já o Campinense foi premiado pela evolução ao longo campeonato. Do time que estreou perdendo para o São Paulo Crystal, para aquele que chegou à decisão desbancando o invicto Botafogo-PB nas semifinais, a Raposa contou com a segurança do goleiro Mauro Iguatu, do lateral Felipinho, do capitão Rafinha e do atacante Marcos Nunes. Todos, claro, na seleção escolhida pela Rede Paraíba. Para completar, o técnico Ranielle Ribeiro, o grande comandante da reviravolta raposeira, também não poderia ficar de fora.

Os “intrusos” na seleção foram o meia Birungueta, do Treze; e o atacante Fábio Lima, da Perilima – que curiosamente acertou com o Campinense para disputar a Série D. Apesar de ter amargado o rebaixamento para a Segundona, o camisa 10 da Águia levou os dois prêmios individuais mais cobiçados da eleição – o de Revelação e o de Craque do Campeonato.

Craque do Campeonato

Faz tempo que o atacante Fábio Lima persegue o sucesso no futebol paraibano. Revelado nas categorias de base do CSP, o santarritense teve relativo destaque vestindo as camisas de Desportiva Guarabira (2017) e São Paulo Crystal (2018). Chegou a ser emprestado para o Sport, mas não se firmou. De volta ao CSP no ano passado, acabou passando despercebido no time que acabou rebaixado.

Aos 24 anos, encarou o desafio de jogar na Perilima nesta temporada. E ganhou protagonismo num time de garotos, com ótimas exibições e quatro gols que o levaram a brigar pela artilharia do Campeonato Paraibano. Mesmo com uma nova queda, despertou o interesse do Campinense, que o contratou logo após a primeira fase do Paraibano. É titular na Raposa que disputa o Brasileiro da Série D.

Na disputa de Craque do Campeonato, Fábio Lima levou a melhor sobre Liniker, do Sousa, e Mauro Iguatu, seu novo companheiro no Campinense.

  1. Fábio Lima (Perilima), 12
  2. Liniker (Sousa), 6
  3. Mauro Iguatu (Campinense), 4
  4. Matheus Régis (Campinense), Ricardo (Sousa) e Roni Lobo (Sousa), 2
  5. Marcos Nunes (Campinense) e Rafinha (Campinense), 1

Goleiro

O Campeonato Paraibano de 2021 teve uma das menores média de gols da história. E muito devido a boa fase dos goleiros. Felipe, Jeferson, Ricardo, Camilo… Todos eles poderiam estar abrindo a seleção da temporada. O problema é Mauro Iguatu chegou para acabar com as polêmicas. Contratado para resolver de uma vez por todas os problemas no gol raposeiro, o piauiense não decepcionou. E aos 33 anos, topou o desafio de ser ídolo da outra metade de Campina Grande.

Mauro Iguatu não brilhou apenas nos 90 minutos. Foi decisivo também nas classificações contra Atlético-PB e Botafogo-PB, que acabaram indo para os pênaltis. Contra o Belo, aliás, pegou uma cobrança e ainda marcou o pênalti que garantiu a vaga na finalíssima contra o Sousa.

Com 18 votos, teve o dobro de Ricardo, do Sousa, que ficou em segundo lugar na eleição.

  1. Mauro Iguatu (Campinense), 18
  2. Ricardo (Sousa), 9
  3. Camilo (Nacional de Patos), 2
  4. Jeferson (Treze), 1

Lateral direito

No ano passado o lateral Felipinho bateu duas vezes na trave para ser premiado na Seleção do Paraibano. Ele ficou em segundo na eleição em sua posição (perdeu para Iranílson, do Sousa) e em segundo na categoria Revelação (o vencedor foi Tales, do Treze). Só que em 2021 não teve para ninguém.

Felipinho chegou na Raposa indicado pelo técnico Ederson Araújo, com quem tinha trabalhado no Trovão Azul. E mesmo com a saída do comandante, seguiu no time titular. Versátil, foi aproveitado também na lateral esquerda por Ranielle Ribeiro. Aos 28 anos, o baiano de Feira de Santana chega ao ápice em sua terceira temporada no futebol paraibano.

Para conquistar pela primeira vez o prêmio da Seleção do Paraibano, Felipinho teve que superar um veterano: Gustavo, do São Paulo Crystal, que buscava o tri depois de ter vencido em 2014 (Auto Esporte) e 2015 (Botafogo-PB).

  1. Felipinho (Campinense), 14
  2. Gustavo (São Paulo Crystal), 7
  3. Arisson (Sousa), 5
  4. Rodrigo Ramos (Botafogo-PB), 2
  5. Allefe (Campinense) e Júlio Ferrari (Treze), 1

Lateral esquerdo

A disputa de melhor lateral esquerdo do Paraibano 2021 foi outra barbada. Com atuações seguras desde o início da competição, Weslley não deu chances para a concorrência. Aos 23 anos, o jogador revelado pelo Santa Cruz teve a segunda passagem pelo futebol paraibano – a primeira foi em 2018, quando jogou pelo Campinense.

Os 18 votos dados a Weslley representam mais do que a soma de seus rivais. Quem chegou mais perto foi João Victor, do Campinense, que teve 8.

  1. Weslley (Sousa), 19
  2. João Victor (Campinense), 7
  3. Émerson (Treze), 2
  4. Tsunami (Botafogo-PB) e Bruce (Treze), 1

Zagueiro

Se tem uma coisa que funcionou muito bem no Campeonato Paraibano foi a defesa do Sousa. O goleiro Ricardo, por exemplo, chegou a ficar 665 minutos sem sofrer um golzinho sequer, entre a primeira rodada da fase de classificação e a primeira partida da final. Mérito, então, para uma dupla de zaga quase intransponível composta por Roni Lobo e Marcelo. Não à toa, eles também entraram para a Seleção do Paraibano.

Roni Lobo tem 22 anos e começou no futebol cearense. Revelado pelo Floresta, teve uma passagem, pelo Caucaia antes de ser descoberto pelo Sousa. Preciso nas bolas altas e com um senso de cobertura apurado, logo tomou conta do sistema defensivo do Dino.

Marcelo também tem 22 anos e é considerado uma das joias do Sousa. Revelado pelo próprio Dinossauro, já vestiu as camisas de CSP, Auto Esporte e São Paulo Crystal. Mais experiente, assumiu a condição de xerifão da zaga. As boas atuações despertaram a cobiça de clubes de fora e dificilmente o Sousa terá condições de mantê-lo depois da Série D.

Juntos, Roni Lobo e Marcelo receberam 43 votos dos 60 possíveis. Quem mais chegou perto de ameaçar a dupla foi William Machado, do Botafogo-PB, que teve 9 votos.

  1. Roni Lobo (Sousa), 26
  2. Marcelo (Sousa), 17
  3. William Machado (Botafogo-PB), 9
  4. Cleiton (Campinense), 6
  5. Michel Bennech (Campinense), 2

Volante

A dupla de volantes escolhida para a seleção do campeonato também vem dos finalistas. Nada mais justo para o que fizeram Liniker e Rafinha durante a campanha de Sousa e Campinense no Campeonato Paraibano. Ambos exerceram a liderança e comandaram suas equipes dentro de campo.

Liniker tem 28 anos e foi o homem das bolas paradas. Cobrador de pênaltis, faltas, escanteios… De seus pés saíram algumas das principais jogadas ofensivas do Dinossauro. Revelado pelo Náutico, o volante tem títulos importantes no currículo, como o Brasileiro da Série D de 2018, época em que defendia o Ferroviário.

O sergipano Rafinha caiu como uma luva no Campinense. Lidera um meio-campo que faz do poder de marcação a sua melhor qualidade. A raça e a entrega dentro de campo lhe valeram a faixa de capitão da equipe, tanto com Ederson Araújo, quanto com Ranielle Ribeiro. O volante rubro-negro começou nas categorias de base do Confiança, mas já conhecia o futebol paraibano, com passagens por São Paulo Crystal e pelo hoje adversário Sousa, no ano passado.

A dupla Liniker e Rafinha não deu chance para os adversários. Quem chegou mais perto foi Daniel Costa, também do Sousa, e Augusto Recife, do São Paulo Crystal. Ainda assim, a soma dos votos de ambos não seriam capazes de desbancar nenhum dos escolhidos.

  1. Liniker (Sousa), 26
  2. Rafinha (Campinense), 17
  3. Daniel Costa (Sousa), 8
  4. Augusto Recife (São Paulo Crystal), 6
  5. Patrick (Campinense), 2
  6. Amaral (Botafogo-PB), 1

Meia

Eles foram decisivos com gols. Não por acaso, entraram para a seleção do campeonato em mais uma eleição tranquila. Como meias, Birungueta, do Treze, e Juninho, do Sousa, cumpriram bem seus papeis. A categoria foi aquela que teve mais nomes lembrados pelos profissionais da Rede Paraíba de Comunicação – ao todo, 10 jogadores foram votados.

Birungueta foi uma exceção na pífia campanha trezeana. Começou o campeonato dando as cartas, com três gols marcados na goleada de 4 a 0 do Galo sobre o Atlético-PB. Fez ainda outros dois, que lhe valeram o título de artilheiro do estadual.

Aos 27 anos, Birungueta é um andarilho do futebol paraibano. Revelado no próprio PV, foi campeão pelo Treze em 2011. Depois disso, vestiu as camisas de Inter-PB, Sousa, Nacional de Patos e Perilima, antes de retornar para casa em 2021.

Juninho também foi decisivo para o Sousa na campanha do Paraibano 2021. Dos três gols que fez na fase de classificação, dois são comemorados até hoje: o que garantiu a vitória sobre o rival Atlético-PB, em Cajazeiras; e o outro contra o Nacional de Patos, nos acréscimos, que valeu vaga direta nas semifinais com a melhor campanha entre os oito participantes.

Aos 29 anos, Juninho é prata da casa do Sousa. Natural de Uiraúna, se orgulha do fato de ter sido torcedor de arquibancada do Marizão. Em entrevista ao Globo Esporte, revelou que o sonho de sua vida era jogar pelo time de coração. Não só realizou o sonho, como deixou marcado o seu nome na história do Dino em 2021.

  1. Birungueta (Treze), 17
  2. Juninho (Sousa), 13
  3. Clayton (Botafogo-PB), 9
  4. Renan Henrique (Atlético-PB), 7
  5. Juninho (Botafogo-PB), 4
  6. Marcos Aurélio (Botafogo-PB) e Marcelinho (Campinense), 2
  7. Cadu (Campinense), Araújo Love (Nacional de Patos) e Natalício (Sousa), 1

Atacante

Num campeonato de poucos gols, a escolha da dupla de atacantes se deu mais pelo conjunto da obra do que propriamente pelo faro de artilheiro. É bem verdade que Fábio Lima, da Perilima, e Marcos Nunes, do Campinense, chegaram a ameaçar uma perseguição a Birungueta. Mas o que eles fizeram de melhor foi trabalhar para suas equipes.

Fábio Lima assumiu a responsabilidade de ser um dos mais experientes do time, mesmo com apenas 24 anos. Orientou, deu assistências e marcou quatro gols. Se a águia caiu, certamente não foi por omissão de seu camisa 10. As boas atuações lhe valeram um contrato no Campinense, onde tem tudo para dar sequência à carreira de sucesso.

Marcos Nunes é mais experiente. Tem 31 anos, e está em sua primeira passagem pelo futebol paraibano. Fez toda a carreira em times do interior de São Paulo e Minas Gerais – em 2015 conquistou o título mineiro do Módulo II pelo Uberlândia, o único título da carreira antes de chegar ao Campinense.

Atacante arisco, Marcos Nunes corre o campo todo, mas também sabe se posicionar e fazer seus gols. Conquistou a torcida com raça e atuações impecáveis, como no Clássico dos Maiorais contra o Treze, em que a Raposa venceu por 1 a 0.

A disputa pelo posto de atacante foi intensa. Matheus Régis, do Campinense, teve 12 votos – apenas um a menos que Juninho, meia do Sousa. Tivesse tido mais votos, o esquema da seleção passaria do 4-4-2 para o 4-3-3. O raposeiro também foi citado como revelação e teve um voto para craque do campeonato, o que mostra o nível da disputa no ataque.

  1. Fábio Lima (Perilima), 26
  2. Marcos Nunes (Campinense), 18
  3. Matheus Régis (Campinense), 12
  4. João Leonardo (Treze), 3
  5. Welton Felipe (Botafogo-PB), Peixeiro (Perilima), Biro-Biro (São Paulo Crystal) e Leandro Cearense (São Paulo Crystal) 1

Técnico

Quando Ranielle Ribeiro chegou ao Campinense encontrou um time desacreditado. O grupo estava abalado com a eliminação traumática na Copa do Brasil (7 a 1 para o Bahia) e não passava a menor confiança no Campeonato Paraibano.

Aos poucos, a Raposa foi melhorando. A evolução era nítida, como nos clássicos contra Botafogo-PB e Treze, ainda na primeira fase. Quando não dava na técnica, ia na raça mesmo, como na improvável virada sobre a Perilima, com dois gols nos minutos finais.

A evolução pode ser creditada ao potiguar Ranielle Damasceno Ribeiro, de 41 anos. Campeão potiguar de 2018 pelo ABC, o treinador mostrou competência e muita energia para mudar a história do Campinense no Paraibano deste ano. Além dele, apenas outro treinador foi lembrado na eleição – Índio Ferreira, que teve 4 votos.

  1. Ranielle Ribeiro (Campinense), 26
  2. Índio Ferreira (Sousa), 4

Revelação

Barba, cabelo e bigode. Para completar a tríplice coroa de Fábio Lima, ele também foii escolhido a revelação do Campeonato Paraibano de 2021. Mesmo já tendo atuado em anos anteriores, não é errado dizer que o jogador apareceu para o mundo nesse ano.

O Sousa até que foi bem na categoria, emplacando quatro representantes. Mas eles acabaram dividindo os 11 votos recebidos entre si, e a vitória de Fábio Lima ficou ainda mais fácil.

  1. Fábio Lima (Perilima), 14
  2. Roni Lobo (Sousa), 5
  3. Marcelo (Sousa), 3
  4. Ezequias (Perilima) e Liniker (Sousa), 2
  5. Matheus Régis (Campinense) e Dentinho (Sousa), 1

Árbitro

Há três anos que a Paraíba “importa” árbitros de fora para dar experiência para o seu renovado quadro. Com o afastamento de vários nomes de peso com a deflagração da Operação Cartola, em 2018, as últimas edições da Seleção do Paraibano foram vencidas por paulistas que passaram a fazer parte da FPF – Rodrigo Batista (2019) e Marcelo Aparecido de Souza (2020).

Mas em 2021 um prata da casa voltou a ser apontado como melhor árbitro do campeonato. Afro Rocha Filho, que há tempos é tratado com carinho pela Comissão de Arbitragem, venceu com sobras a edição deste ano. Ele recebeu nada menos que 18 votos, e ficou bem à frente dos medalhões Leandro Bizzio Marinho e Wagner Reway.

  1. Afro Rocha Filho, 17
  2. Leandro Bizzio Marinho, 5
  3. Tiago Ramos de Oliveira, 3
  4. Wagner Reway, 1

Decepção

O Treze entrou no Campeonato Paraibano de 2021 com status de favorito ao bi. Até porque a boa campanha na Copa do Nordeste, quando brigou até o fim pela classificação para o mata-mata, referendava uma grande campanha. A estreia também foi animadora – 4 a 0 no Atlético-PB, com hat-trick de Birungueta.

Mas ficou nisso. O time foi caindo de produção. O técnico Marcelinho Paraíba não resistiu à derrota no Clássico dos Maiorais. Chegou Tuca Guimarães, que no primeiro jogo sob o seu comando, viu o Galo ser eliminado nos pênaltis pelo São Paulo Crystal, na repescagem.

O Treze acabou apontado como a grande decepção do Paraibano. Levou 12 votos diretos, e outros dois indiretos, com as citações de João Leonardo e Kleiton Domingues.

  1. Treze, 12
  2. Botafogo-PB e Marcos Aurélio (Botafogo-PB), 5
  3. Nacional de Patos, 4
  4. Éderson Araújo (Campinense), Enercino (Nacional de Patos), João Leonardo (Treze) e Kleiton Domingues (Treze), 1

COM INFORMAÇÕES DO GLOBO ESPORTE

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